quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Um pouco da minha produção cordelística

Olá, internauta! Nesta postagem apresentarei outro projeto poético meu. Não foi por falta de orientação que demorei tanto para escrever cordéis, pois uma famosa cordelista há alguns anos atrás havia sugerido que escrevesse esta modalidade. Contudo, na época, não lhe dei ouvidos.

Felizmente, sou capaz de reconsiderar algumas decisões equivocadas. A minha produção atual está centrada no desenvolvimento de cordéis engajados na preservação ambiental.  E eles foram pensados como um ciclo relacionado aos recursos hídricos.

Mas, sou autodidata e sei que só com mais experiência e malevolência poética farei um excelente folheto. Tendo em vista que sou caipira e estou "arriscando" a vestir alguns temas com um formato da cultura nordestina. Mas, hoje postarei o primeiro trabalho de cordel.

O processo criativo dele foi controvertido, pois aconteceram várias travadas e retomadas. Guardei-o na gaveta por algum tempo depois retomei-o. De repente, sofri outro bloqueio criativo, pois não sabia para onde ir. Felizmente o imponderável age a favor da Arte para felicidade do Poeta.

Por fim, meu amigo ou amiga internauta fique à vontade para deixar um comentário se assim o desejar. Ou então, se preferir utilize o endereço eletrônico de contato.




O Angu do Diacho


O meu cordel fará tremer
Até quem é “cabra macho”.

De antemão vou lhe dizer:
- Verás um angu do diacho,
Tem gente grande envolvida,
Também é bom que se diga:
Agradará o populacho.

Um atleta de talento,
De uma equipe nacional,
Fez um torto lançamento,
Na sua vida pessoal,
Avançou a capacidade,
De driblar a tempestade,
Além do Bem e do Mal,

Seu passado foi sofrido,
Passou fome na favela,
Trajava calção puído,
Reinou num reino sem tela,
Era um mano inteligente,
Mas, não quis ser presidente,
E asfaltar a cidadela,

A tal jovem severina,
Também só digeriu o pão
De jiló sem margarina,
Sonhava ganhar o Mundão,
Ser uma celebridade,
Conquistar a majestade,
E comprar um belo carrão.

Em num futuro imperfeito,
A medalha de campeão,
Foi dormir dentro do peito,
Dos quatro cantos da prisão,
Não defenderá um golaço,
Nem será rei do cangaço,
Tampouco um hexacampeão,


Nessa história nada cheira
Bem, como diria um Holmes,
Não há sinal de caveira.
Nem de fios cuneiformes
Tudo feito com requinte
Dois mais zero não dá vinte,
Nada ficou nos conformes

Tem dedo de Agatha Christie,
Que não pára de questionar
Se não teve dinamite,
Aonde o corpo foi parar?
Talvez no rosto de um cordel?
Ou no recôndito céu?
Nem sombra ficou pra velar.

O cravo é muito queixudo,
Ainda esconde a verdade,
Se a rosa passou pro mundo,
Surdo da infelicidade
Sendo também condenada
A vagar na madrugada.
Sem foto na identidade.

Nós temos leis modernas,
Mas, o brasileiro empacou,
Na velha era das cavernas
Não vê que o bonde já passou.
Guiado pela forças do amor,
Mas, da China até Salvador,
Ser bestial é um show.












 



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