quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Como tem sido a minha jornada literária russa e outras leituras em andamento

Olá, internauta!

Nesta postagem vou compartilhar com você o desenvolvimento da minha Jornada deste ano que é dedicada a literatura russa. Como muitos internautas podem cair aqui pela primeira vez esclarecerei em poucas palavras sobre o que estou falando.

Desde menino sempre fui leitor razoável. Na época da faculdade eu me dediquei mais a leitura de obras das disciplinas. Até 03 anos atrás eu escolhia um livro de forma aleatória, ou por alguma indicação ou por intermédio do imponderável. Isto é, para mim muitos livros chegam até mim por alguma vontade superior.

Quando eu falo Jornada, eu me refiro a resposta de um questionamento pessoal para arrojar, somar ou não o meu hábito de leitura. Aliás, a mudança para Sampa, sem dúvida, favoreceu o meu acesso ao livro. Hoje, basta eu andar algumas quadras da minha casa para entrar em uma biblioteca pública.

Ainda, o tempo gasto nos longos trajetos dentro do transporte público também se tornou uma boa oportunidade de leitura. Dessa forma, evito ficar estressado aguardando aquele farol eterno abrir. Ou então, ficar horas e horas esperando para a ser atendido nos centros médicos que frequento.

Vale destacar ainda que desde o final da faculdade o hábito de assistir televisão também foi perdendo importância que tinha na minha vida. Nessa época havia quebrado o único aparelho de televisão da moradia estudantil. E eu estava economizando para pagar os encargos da minha formatura. Após um tempo qualquer notei que eu não havia perdido nada com esta decisão. 

Suspeito que devo ter sido influenciado por algum exemplo positivo de alguém que tivesse organizado por critérios a sua leitura. E isso deve ter saltado da minha memória quanto tive vontade de dar mais propósitos ao meu hábito de leitura. A minha conclusão foi que isso poderia me ajudar em muitas coisas lá na frente.

Tal qual as duas primeiras edições, a atual também está sendo muito prazerosa. Ainda, também tem me revelado algumas complementaridades com a sociedade brasileira. Lamento o fato do preconceito político ter encoberto uma olhar sobre esta nação, seu povo e sua Cultura. 

Não podemos esquecer que tanto a Rússia quanto o Brasil são países com dimensões continentais. Então, não é difícil imaginar que, historicamente, ambas as nações sempre tiveram e terão desafios na gestão dos seus vastos territórios. Também possuem uma grande diversidade étnica.

Se de um lado a Rússia foi um objeto de obsessão no projeto napoleônico. Do outro, o Brasil serviu de refúgio da Corôa Portuguesa contras estas pretensões. Ambos os países não foram mais o mesmo depois de Napoleão. No Brasil isso causou inúmeras transformações sócio-políticas e econômicas que culminaram na independência.

Falta indicar que ainda não li nada sobre as questões ambientais russas. Por exemplo, se nós temos a Amazônia, lá tem a Sibéria. Se temos o rio mais volumoso do Mundo, os russos possuem o maior e mais profundo lago de água doce do mundo, o Baikal. Suspeito que esses santuários são bastante impactados pela ação humana. 

Aliás, outra coisa que tem me chamado a atenção é a pouca divulgação do centenário da Revolução Russa. Independente do que aconteceu depois, não há como negar de que ele foi um evento marcante do século passado. E alguns dos seus ecos são sentidos até os dias atuais. Será que depois de cem anos depois o cenário geopolítico se alterou?

Um destaque desta edição é o fato de eu ter lido alguns livros de teatro tais como: O Percevejo de Maiakóvski, As irmãs de Tchekov, A Tempestade de Ostrovski. Tal feito tem me feito questionar se eu sou capaz de também escrever peças de teatros. É talvez seja algo que poderei para, sentar em frente a tela de um computador e começar a digitar.

Um dos aprendizados que facilitaram o andamento da leitura foi compreender que quando uma mulher russa se casa, o sobrenome do seu marido recebe um acréscimo do artigo feminino a. Dessa forma, a personagem título de livro de Dostoiévski se chama Anna Kariênina e não Anna Kariênin. Da mesma forma, a mulher do autor desta obra assinava Dostoievskaia.

Se na França antes da Revolução Francesa havia os sem culotes. Na Rússia Imperial havia os mujiques. Este último era composto basicamente por trabalhadores rurais, camponeses que possuem ou não o domínio da terra. Os mujiques por viverem em condições de extrema pobreza e servidão também tiveram um importante papel no processo revolucionário.

Do total de 23 lidos até agora, 10 foram romances e peças de teatro. Sendo 02 sobre a história russa e 1 sobre política. O meu livro de cabeceira é o Dr Jivago de Boris Pasternak, um livro que exigirá duas leituras. Como não estabeleci uma meta de quantidade para ser lida até dezembro vou lendo com calma. Para mim o importante é a qualidade e os significados que esta metodologia particular de leitura tem trazido para mim. 

Aliás, esta Jornada, diferentemente das antecessoras, será estendida por meio de outro projeto que estou modelando para o ano que vem. É algo, diria meio maluco, porém sinto que poderá dar um bom caldo.

Por último, conclamo a você que procure a saber mais sobre a literatura russa. Não vá atrás pensando que é "mamão com açúcar, pois não é". Eu mesmo já tenho comigo que se eu não entendi a obra na primeira leitura, faço uma segunda leitura na sequência. Ainda, não se esqueça que em 2018 desenvolverei um projeto que envolverá a literatura russa. 

Gratidão pela visita, pela divulgação deste blog, pelos comentários, pelas sugestões e pelas críticas.

Carlos.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Pequeno Registro da 19 ª Edição da Festa Julina na Casa dos Meus Pais

Olá, amigos (as) internautas!

Esta nova postagem é um complemento daquela derivada da minha leitura do livro da escritora argentina Selva Almada. As fotos foram batidas por mim e são da última edição da festa julina na casa dos meus pais.



Quando por curiosidade me questionei por qual motivo esta festa existe, primeiramente, me vieram lembranças de um outro fato desagradável ocorrido na minha família. E avançando na minha prospecção espiritual encontrei várias evidências de que havia uma intersecção entre os eventos.



Caríssimos, nos últimos tempos algumas pessoas tem se referido a mim como um bom contador de história. Então, aproveitando esse adjetivo vou tentar desenvolver mais uma. 


Primeiro passo sugiro que, se puder, você relaxe o seu corpo na sua cadeira. Segundo, deixe a tua mente levá-lo imaginariamente para uma cidade do Interior Paulista que você conheça. É claro que quem ou conhece ou reside em uma tira esse exercício de letra. 


Terceiro, no seu cenário não pode faltar uma casa localizada quase debaixo da copa de uma paineira centenária. Por último que exista também um grande quintal de chão batido onde parte dele é feito um arraial coberto de lona.



Tudo começou quando o meu irmão caçula foi submetido a uma intervenção cirúrgica ocular. E meu pai também havia feito uma promessa para os santos gêmeos Cosme e Damião. Dessa forma, por um período de 07 anos tivemos essa festa.



Se a festa de Cosme e Damião é diurna, a junina em geral é noturna. Mas ambas as comemorações exigem um intenso processo de preparação de comes e bebes açucarados. Nestas datas a minha casa ficava repleta de gente.


Até que um dia a promessa foi cumprida, eu e meus irmãos já tínhamos tomado cada um o seu rumo. Dessa forma, nós sentimos a necessidade de criar outro momento de confraternização além das festas de final de ano. Daí veio a ideia de fazermos uma festa junina. Desconfio que fui eu quem sugeri este formato.



O projeto foi aprovado por unanimidade. Também lembro-me que por receio a primeira edição da festa não contou com estranhos. Contudo, não houve uma adesão ao projeto, decidimos prosseguir com o evento, porém aberto ao público. 


Desde então, contamos com apoio de amigos, conhecidos, desconhecidos para fazer este momento de confraternização. Sem este voluntarismo incondicional não faríamos nada, pois uma festa deste porte dá trabalho.



Não serei arrogante ao afirmar que esta festa já faz parte do calendário de muita gente. Agora, até o convite é desnecessário. O evento se propaga também com o apoio dos recursos criados por esta era digital, informacional, etc.


Suspeito que tanto eu quanto meus familiares respeitamos a ação do imponderável agir. Dito de outra maneira: não perturbe o processo poético da vontade de Deus. Só isso pode explicar alguns movimentos assombrosos como este que narrarei a seguir. 


Bem, ligando o era uma vez, eu estava recebendo os convidados na entrada principal da casa. De súbito, olhei para o início da avenida da casa dos meus pais a avenida. Ali esta via é mal iluminada, o que permitiu acontecer algo parecido com aqueles efeitos cinematográficos em que seres humanos e inumanos parecem ter emergidos de algum portal mágico.



Fiquei surpreso com a marcha de um casal de noivos perfeitamente caracterizados vindo em minha direção. Demorei um tempo qualquer para sair daquele estupor. Chamou-me à atenção a segurança daqueles  personagens circulando pela noite. 


A noiva era uma senhora loira de estatura mediana e o seu par era um rapaz moreno. Tão sereno quanto o mordomo do Bruce Wayne, o Alfred dei as boas vinda àquela dupla. E pedi para que ficassem à vontade naquele arraial.



Até agora me intriga o que pode ter motivado para aquele casal como aquele aparecer numa festa junina trajados de noivos? Imaginou se já tivéssemos um primeiro casal ali? Bem, uma situação possível. 



No ano passado numa outra festa topei com a "noiva". Na verdade ela, orgulhosa do seu feito, fez questão de se apresentar como tal. Ainda, estava esperançosa com a possibilidade de eu ter fotos daquelas festa, pois o "noivo" havia morrido. E vejam só ela nunca se casou na vida. Infelizmente tive que dar a triste notícia de que naquele ano eu estava sem câmera fotográfica.


Quem me conhece ao vivo, deve ter me reconhecido na última foto da primeira postagem "abençoando" um dos vários casais que "trocaram alianças" no arraial. Tive que assumir o posto do padre na última hora. O conhecido que costumava desempenhar este papel havia furado naquela noite. 



Como sou o artista mais atirado da família, sempre sou incumbido de "pegar este tipo de bucha". Contudo, me surpreendi, com o meu bom desempenho como ator. Fui bem elogiado pela audiência que riu bastante das minhas sacadas.




Neste ano houve outro avanço no espirito da festa, pois digo para todos que tivemos uma "transquadrilha" ou a quadrilha da diversidade. Isso mesmo, pois tivemos um casal LGBT. Como até o início o posto de noivos estava vago e  na ponta da fila estava um casal trans, decretei que eles seriam os noivos.
  

Ouvi uns burburinhos do tipo ui ui ui! Contudo, como na minha família não hostilizamos e nem segregamos os convidados, os ânimos baixaram. E o importante foi que o pessoal dançou bastante a transquadrilha, como as fotos mostram e sempre respeitando a diversidade.


Fiquei perplexo ao notar no final da minha meditação de como uma simples promessa religiosas pode ter me "atingido" e também alguns dos meus irmãos a trabalharmos com povo, por meio de organização de festas e de saraus. 



Mas, quanto ao fato de eu ser contador de histórias talvez seja assunto para outra postagem. Aí terei que falar da suspeita de que sou um descendente de quilombola por parte de pai, por exemplo. Um assunto que estou lendo sobre a legislação diz sobre quem é ou não quilombola.

Gratidão tanto pela visualização, pela divulgação, pelos comentários, pela torcida, pelas críticas, pela adesão etc.