terça-feira, 5 de setembro de 2017

Pequeno Registro da 19 ª Edição da Festa Julina na Casa dos Meus Pais

Olá, amigos (as) internautas!

Esta nova postagem é um complemento daquela derivada da minha leitura do livro da escritora argentina Selva Almada. As fotos foram batidas por mim e são da última edição da festa julina na casa dos meus pais.



Quando por curiosidade me questionei por qual motivo esta festa existe, primeiramente, me vieram lembranças de um outro fato desagradável ocorrido na minha família. E avançando na minha prospecção espiritual encontrei várias evidências de que havia uma intersecção entre os eventos.



Caríssimos, nos últimos tempos algumas pessoas tem se referido a mim como um bom contador de história. Então, aproveitando esse adjetivo vou tentar desenvolver mais uma. 


Primeiro passo sugiro que, se puder, você relaxe o seu corpo na sua cadeira. Segundo, deixe a tua mente levá-lo imaginariamente para uma cidade do Interior Paulista que você conheça. É claro que quem ou conhece ou reside em uma tira esse exercício de letra. 


Terceiro, no seu cenário não pode faltar uma casa localizada quase debaixo da copa de uma paineira centenária. Por último que exista também um grande quintal de chão batido onde parte dele é feito um arraial coberto de lona.



Tudo começou quando o meu irmão caçula foi submetido a uma intervenção cirúrgica ocular. E meu pai também havia feito uma promessa para os santos gêmeos Cosme e Damião. Dessa forma, por um período de 07 anos tivemos essa festa.



Se a festa de Cosme e Damião é diurna, a junina em geral é noturna. Mas ambas as comemorações exigem um intenso processo de preparação de comes e bebes açucarados. Nestas datas a minha casa ficava repleta de gente.


Até que um dia a promessa foi cumprida, eu e meus irmãos já tínhamos tomado cada um o seu rumo. Dessa forma, nós sentimos a necessidade de criar outro momento de confraternização além das festas de final de ano. Daí veio a ideia de fazermos uma festa junina. Desconfio que fui eu quem sugeri este formato.



O projeto foi aprovado por unanimidade. Também lembro-me que por receio a primeira edição da festa não contou com estranhos. Contudo, não houve uma adesão ao projeto, decidimos prosseguir com o evento, porém aberto ao público. 


Desde então, contamos com apoio de amigos, conhecidos, desconhecidos para fazer este momento de confraternização. Sem este voluntarismo incondicional não faríamos nada, pois uma festa deste porte dá trabalho.



Não serei arrogante ao afirmar que esta festa já faz parte do calendário de muita gente. Agora, até o convite é desnecessário. O evento se propaga também com o apoio dos recursos criados por esta era digital, informacional, etc.


Suspeito que tanto eu quanto meus familiares respeitamos a ação do imponderável agir. Dito de outra maneira: não perturbe o processo poético da vontade de Deus. Só isso pode explicar alguns movimentos assombrosos como este que narrarei a seguir. 


Bem, ligando o era uma vez, eu estava recebendo os convidados na entrada principal da casa. De súbito, olhei para o início da avenida da casa dos meus pais a avenida. Ali esta via é mal iluminada, o que permitiu acontecer algo parecido com aqueles efeitos cinematográficos em que seres humanos e inumanos parecem ter emergidos de algum portal mágico.



Fiquei surpreso com a marcha de um casal de noivos perfeitamente caracterizados vindo em minha direção. Demorei um tempo qualquer para sair daquele estupor. Chamou-me à atenção a segurança daqueles  personagens circulando pela noite. 


A noiva era uma senhora loira de estatura mediana e o seu par era um rapaz moreno. Tão sereno quanto o mordomo do Bruce Wayne, o Alfred dei as boas vinda àquela dupla. E pedi para que ficassem à vontade naquele arraial.



Até agora me intriga o que pode ter motivado para aquele casal como aquele aparecer numa festa junina trajados de noivos? Imaginou se já tivéssemos um primeiro casal ali? Bem, uma situação possível. 



No ano passado numa outra festa topei com a "noiva". Na verdade ela, orgulhosa do seu feito, fez questão de se apresentar como tal. Ainda, estava esperançosa com a possibilidade de eu ter fotos daquelas festa, pois o "noivo" havia morrido. E vejam só ela nunca se casou na vida. Infelizmente tive que dar a triste notícia de que naquele ano eu estava sem câmera fotográfica.


Quem me conhece ao vivo, deve ter me reconhecido na última foto da primeira postagem "abençoando" um dos vários casais que "trocaram alianças" no arraial. Tive que assumir o posto do padre na última hora. O conhecido que costumava desempenhar este papel havia furado naquela noite. 



Como sou o artista mais atirado da família, sempre sou incumbido de "pegar este tipo de bucha". Contudo, me surpreendi, com o meu bom desempenho como ator. Fui bem elogiado pela audiência que riu bastante das minhas sacadas.




Neste ano houve outro avanço no espirito da festa, pois digo para todos que tivemos uma "transquadrilha" ou a quadrilha da diversidade. Isso mesmo, pois tivemos um casal LGBT. Como até o início o posto de noivos estava vago e  na ponta da fila estava um casal trans, decretei que eles seriam os noivos.
  

Ouvi uns burburinhos do tipo ui ui ui! Contudo, como na minha família não hostilizamos e nem segregamos os convidados, os ânimos baixaram. E o importante foi que o pessoal dançou bastante a transquadrilha, como as fotos mostram e sempre respeitando a diversidade.


Fiquei perplexo ao notar no final da minha meditação de como uma simples promessa religiosas pode ter me "atingido" e também alguns dos meus irmãos a trabalharmos com povo, por meio de organização de festas e de saraus. 



Mas, quanto ao fato de eu ser contador de histórias talvez seja assunto para outra postagem. Aí terei que falar da suspeita de que sou um descendente de quilombola por parte de pai, por exemplo. Um assunto que estou lendo sobre a legislação diz sobre quem é ou não quilombola.

Gratidão tanto pela visualização, pela divulgação, pelos comentários, pela torcida, pelas críticas, pela adesão etc.


2 comentários:

  1. Gostei muito da história, de fato, hoje temos a grata honra de todos os anos recebermos mais e mais pessoas que participam com alegria neste singelo evento.

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  2. Que saudades é essa? Saudades de algo que vivi e,ao mesmo tempo...Não vivi.

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