quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

6º SARAU DA VIRADA – EDIÇÃO BORBOLETRAS - BEM-VINDO, 2017!

Esta foi a sexta edição do Sarau da Virada que tenho desenvolvido nas vésperas de Ano ou no primeiro dia de janeiro desde 2010. Confesso que sinto muito orgulho deste projeto. E reconheço que a vitalidade desta ação depende mais da audiência do que de mim que sou seu criador.

Quando ele surgiu no mundo das minhas ideias foi a resposta a um questionamento meu se não haveria outra forma de valorizar esta data, um momento em que a maioria das pessoas está mais focada em comer e beber. Isto não quer dizer que execro quem prefere curtir dessa forma.

Mas, antes de me convencer de que tudo já havia sido criado para comemorar esta data, eis que me aparece esta iniciativa. Certamente, o meu intelecto “bebeu” do poço das boas lembranças dos saraus que participei ao longo dos anos. Decidi então colocar essa ação controvertida em prática e pagar para ver.
Sarau da Virada 2010-2011

Declamar um poema ou ler um texto é uma maneira de “encher” o espírito de Alegria. Mesmo sabendo que para algumas pessoas isto tudo pode parecer uma tarefa hercúlea ou épica. Imagine então a cara de muitos, quanto espalho alguma letra de música para formarmos um coral.

A experiência tem demonstrado que por meio do Sarau consegue-se compartilhar esperanças, superações, afetos, amorosidade entre os participantes. Com isso construímos competências e grandezas entre as gerações. Ainda, pode-se despertar novos talentos artísticos latentes que em outro momento não seria possível.

Sarau da Virada 2011-2012
Não há dúvida que esta troca é uma forma de não só nos alimentar espiritualmente como também nos tornamos mais humanos. Também nos permite enxergar a beleza da Vida e olhar um pouco mais para dentro de nós. Ou seja, vamos encontramos oásis no meio onde só se imaginava florescer desertos. 

Contudo, sei que não sou ingênuo em achar que o Sarau é uma unanimidade. Ainda bem que ele não é e nunca será uma referência de perfeição universal. Como nos ensina de maneira muito irônica a propaganda: “existem mil maneiras de preparar Neston, invente a sua”. E eu criei algo simples e com a minha própria cara.
Cartazete do Sarau da Virada 2013-2014
Já ouvi depoimentos extraordinários tais como: “a minha família adotou o Sarau”, “depois de várias edições perdi a vergonha de falar em público”. Não há dinheiro que pague essas demonstrações de despertar espiritual. Já ouvi de outra pessoa que se tivesse existido eventos deste porte na juventude sua vida teria sido diferente.

Sarau da Virada 2014-2015
Esta edição foi batizada de Borboletras e cada integrante além de declamar o seu texto escolhido também foi convidado a recitar um poema dedicado a esses extraordinários insetos. Dessa forma, tentamos repetir o clima prazeroso da primeira edição feita no Borboletário de Osasco no dia 27/09/16.

Acredito que alguns de nós já completaram a sua metamorfose, outros estão devagar e outros quase parando no meio do processo e outros talvez morram dentro do casulo sem nunca ter se tocado disso. Então, por que não aumentarmos a nossa percepção sobre isto? Afinal, Poesia rima com alquimia.

Sarau da Virada - Edição Borboletras - 2016-2017
Por fim, convido a todos receber o novo ano que chega de forma poética. Ano Novo, Vida Nova. E mais um novo cenário começará ser descortinado a partir de hoje. E nada melhor que um poema Fernando Pessoa para nos alertar sobre isto. Que venha o que vier.

Onde você vê.


Onde você vê um obstáculo,
alguém vê o término da viagem
e o outro vê uma chance de crescer.
Onde você vê um motivo pra se irritar,
Alguém vê a tragédia total
E o outro vê uma prova para sua paciência.
Onde você vê a morte,
Alguém vê o fim
E o outro vê o começo de uma nova etapa...
Onde você vê a fortuna,
Alguém vê a riqueza material
E o outro pode encontrar por trás de tudo, a dor e a miséria total.
Onde você vê a teimosia,
Alguém vê a ignorância,
Outro compreende as limitações do companheiro,
percebendo que cada qual caminha em seu próprio passo.
E que é inútil querer apressar o passo do outro,
a não ser que ele deseje isso.
Cada qual vê o que quer, pode ou consegue enxergar.
"Porque eu sou do tamanho do que vejo.
E não do tamanho da minha altura."



Seja bem-vindo, 2017! E que continuemos com Deus!



Carlos Pinheiro



















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