quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

A minha jornada literária de 2017 será russa.

Caro internauta, apesar da pitada de ironia do título tratarei de um assunto sério. Falarei não só sobre o meu lado de leitor habitual, mas também partilhar uma das minhas manias literárias. Falarei de uma estratégia de leitura que isso tem sido benéfica e alegre para mim. E por que não para você também.

Antes, terei que descrever brevemente um dia qualquer da minha infância. Eu havia feito um exame médico numa cidade vizinha. No retorno para casa, para matar o tempo até o nosso ônibus chegar fui xeretar uma banca de jornal da rodoviária. Lá me encantei pelo gibi do Lanterna Verde.

LANsemFelizmente, meu pai comprou essa revista para mim. A partir daí acompanhei inúmeras séries de quadrinhos. Sinto que eles me marcaram tanto que quando ouço a música "Human" do grupo Human League me faz recordar uma série mitológica da DC chamada Crise nas Infinitas Terras. Aquilo era algo assombroso para mim.

Morte SUPERGIRL 1
Outra estratégia de leitura que adotei para ficar perto dos livros foi pedir a minha mãe me deixar na Biblioteca Municipal João XXIII, que na época ficava no Centro de Mogi Guaçu, antes de ela ir atrás dos seus compromissos. 

Depois que virei sócio desta Biblioteca e passei a fazer o empréstimo de livros. Dentre eles os títulos da Coleção Vagalume: O caso da Borboleta Atíria (olha, a borboleta de novo aí gente!), O Escaravelho do Diabo, Zezinho, o dono da Porquinha Preta, O rapto do Garoto Dourado entre outros.

Bem, toda esta viagem literária no túnel do tempo de um quarentão caipira tem o intuito de embasar a apresentação de outro projeto pessoal. Em 2015 tive um lampejo incorpóreo que sugeriu que, a partir daquele momento, eu orientasse parte das minhas leituras. E isso seria por meio da adoção de uma literatura específica por ano. Ainda, que a escolha poderia surgir em qualquer momento do ano anterior.

O primeiro ano foi dedicado a leitura de alguns escritores brasileiros bem pouco divulgados. Dentre eles Taunay por meio de suas Memórias. Ele escreveu a sua biografia alguns anos antes de sua morte.  Sob a condição de ser editada apenas algumas decádas depois do seu falecimento.

O autor conta, entre outras coisas, a Guerra do Paraguai também lhe permitiu desenhar a flora que encontrou pelo sertão. Ainda, que isso aliada a observação da Natureza preservou a sua sanidade. Aliás, o autor já previa o que aconteceria àquela região com o avanço da civilização.

Outro fato curioso é de que ele e sua tropa devem ter passado por Mogi Guaçu. Taunay cita que a sua coluna pousou em Mogi Mirim, antes de prosseguir para o sul de Minas Gerais. Mas, este é um assunto polêmico que deixarei para os historiadores quebrarem a cabeça. 

Também estabeleci que lerei apenas um livro de cada autor. Justamente para dar oportunidade ao imponderável me indicar algum  livro interessante. Sendo assim, li apenas um dos vários volumes dos Diários de Josué Montello. Eu desconhecia completamente este escritor.

Montello foi o redator dos discursos de ex-presidente, por isso, neste volume o autor registrou alguns momentos da vida de Juscelino após a saída do Poder. Ainda, explicou a sua metodologia de trabalho para escrever várias de suas obras.

O ano de 2016 foi dedicado a leitura dos escritores "hermanos". Por qual motivo, você me perguntará? Não é de hoje que ouço falar que eles, ao contrário de nós, possuem milhares de bibliotecas e livrarias. Então, achei que essa seria uma grande oportunidade para conferir se o que ouvi era verdade ou lenda.

Alguns escritores argentinos me impressionaram. Dentre eles destaco, Roberto Arlt e seu livro Águas fortes portenhas, Águas fortes cariocas. Ele foi cronista de um jornal argentino no início do século 20, que nas suas crônicas registrou as transformações urbana e social da capital argentina. 

Mas, um dia Arlt recebeu o convite do seu patrão para que ele se tornasse um correspondente na capital do Brasil na época, o Rio de Janeiro. Isso explica o segunda parte do título, onde a tradutora reuniu o conjunto de resenhas que Arlt escreveu nesta cidade

O longo caminho de OlgaQuanto as referências ao amor pelos livros pelos "hermanos", encontrei as em obras como o livro A casa de papel do meu xará Carlos María Domínguez  e os Antiquários de Pablo de Santis. A última obra foi O Longo Caminho de Olga de Yolanda Scheuber.

Vale ressaltar que tenho aperfeiçoado este projeto ano a ano e em 2016 adotei a catalogação pessoal para fins estatísticos. Por sugestão de uma coordenadora de uma das bibliotecas da minha região, também passei a fazer uma resenha ao final da leitura de cada obra.

Tudo corria bem até que tive um contratempo: o meu computador pessoal pifou. E confesso que não tive coragem em correr atrás de uma assistência técnica para não me deparar com os estragos. Para piorar este foi um dos arquivos que eu não havia feito uma cópia de segurança.

Pois, bem uma lição foi bem aprendida: quem escreve, não pode vacilar, pois só Jesus salva. Nunca se desapegar de "pen drive", rascunhos de caixas postais, nuvens etc. Conheci pessoas que perderam dissertações de mestrado, pois não cuidaram do famoso "backup".

Depois de meditar sobre o que poderia ser o alvo literário deste ano, decidi que seria literatura russa. Por dois motivos, o primeiro é que em 2018 teremos a nova edição da Copa do Mundo lá. Dessa forma, já vou entrando no clima deste evento também de  outra forma.

Por tabela, já decidi que o ano de 2018 será o da literatura futebolística. Lerei obras de escritores consagrados até biografias e curiosidades do mundo da bola. Como já disse acima a outra parte de leitura descompromissada continua também tem sido bastante gostosa e interessante.

Assim, companheiro internauta, se lhe interessar deixe abaixo algum comentário sobre esta postagem ou alguma dica pessoal que você adota na escolha de suas leituras? O que você está lendo? Desconfio que o que eu faço não deve ser novidade para muita gente.

Também descobri um grande aliado no aprofundamento das minhas leituras que é o Youtube. Nele sempre que posso, procuro "Youtubers" especializados em resenhas de livros. Além disso, participo de outra estratégia antiga que é um clube de leitura. 

Em suma, agora com esta plataforma poderei  apresentar e conversar mais sobre algumas das minhas leituras. Penso em até postar algumas resenhas ou curiosidades sobre a Rússia. Deixe algum comentário abaixo sobre as tuas leituras atuais ou que pretenderá fazer em 2017. Valeu!

Um comentário:

  1. Que empolgante essa sua ideia, Carlos! Este ano meio que estou fazendo, lendo praticamente só literatura brasileira contempórânea e estou descobrindo muita coisa boa, como Bartholomeu Campos de Queiróz e Luiz Ruffato. Para catalogar, sugiro a rede social Skoob, caso não a conheça! Abração!

    ResponderExcluir